Moçambique: Governo defende transferência de tecnologias no Baixo Limpopo

Diario de Moçambique | 15 dezembro 2012
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O vice-ministro da Agricultura, António Limbau, defende esta semana que os cerca de seis mil produtores que operam nas áreas abrangidas pelo projecto da Wanbao, uma firma chinesa que se dedica ao cultivo de arroz,milho e outros cereais, no Regadio do Baixo Limpopo (RBL), em Xai-Xai e áreas circunvizinhas, sejam beneficiados pela transferência de novas tecnologias de produção de alimentos.

O governante falava na capital provincial da Gaza durante a cerimónia de assinatura de memorandos de entendimento entre as empresas RBL e Wanbao, formalizando a concessão de cerca de 20 mil hectares de terra arável no Baixo Limpopo à companhia da China, que deverá explorar durante meio século.

Segundo Limbau, a transferência de novas tecnologias de produção “vai permitir o aumento da capacidade produtiva das actuais quatro toneladas por hectare para, no mínimo, sete toneladas por hectare”.

Frisou que a empresa Wanbao tem, desde já, responsabilidades acrescidas, sendo de destacar a de “desenvolver e fortalecer parcerias sãs e inclusivas com os produtores nacionais visando assegurar maiores benefícios económicos e sociais ao país”.

Por outro lado, o vice-ministro da Agricultura desafiou os produtores nacionais, sobretudo os que exercem as suas actividades no RBL no sentido de encararem a actual fase como uma oportunidade para o incremento da sua produção, “reconquistando o lugar cimeiro na produção de cereais no país, rumo ao alcance da segurança alimentar e nutricional e geração da riqueza”.

Por seu turno, o director-geral da Wanbao, Lwo Hao Ping, garantiu ao Governo que a sua empresa “está pronta” a cumprir todas as cláusulas constantes do contrato.

“Acreditamos, firmemente, que trabalharemos com afinco e seriedade por forma a materializar todos os compromissos que a empresa tem para com o povo e Governo moçambicanos”, garantiu.

Com a duração de 50 anos, o contrato prevê que a Wanbao venha a ceder cerca de dez por cento da área infra-estruturada e transmitir as novas tecnologias de produção de arroz, milho e outros cereais aos produtores locais.

Igualmente, constam do memorando a apresentação de relatórios trimestrais ao Governo moçambicano e a capacitação do RBL nas áreas de irrigação, produção e melhoria do ambiente de mercado.

Recorda-se que o projecto Wanbao está avaliado em cerca de 250 milhões de dólares americanos e, desde a sua implantação, em meados do primeiro semestre de 2012, já foram lavrados cerca de 6,6 mil hectares prontos para a produção de arroz, milho, entre outros cereais.

Ainda na mesma cerimónia, o governador de Gaza, Raimundo Diomba, explicou que a concessão de 20 mil hectares à empresa chinesa surge no âmbito dos esforços do Governo visando a transformação estrutural de uma agricultura de subsistência para um sector agrário integrado, próspero, competitivo e sustentável e para a melhoria da sua contribuição no crescimento do Produto Interno Bruto.

“O Governo pretende ainda uma maior renda e rentabilidade dos produtores e uma produção agrária orientada não só para o mercado, mas também para a transformação dos pequenos em médios e grandes agricultores”, acrescentou Diomba.

Revelou que a meta “é garantir a segurança alimentar para todas as pessoas e em todos os mementos, em quantidades e qualidade que asseguram a manutenção de uma vida activa e saudável no país”.

Diomba disse, igualmente, ser perspectiva do Governo o desenvolvimento da suplementação alimentar para o gado,  medida que se espera venha contribuir para a melhoria da qualidade da carne e para o aumento da quantidade do leite produzido pelos criadores das áreas circunvizinhas do regadio.

Refira-se que o Executivo moçambicano criou o RBL-EP com o objectivo de garantir a funcionalidade do perímetro irrigado do Baixo Limpopo, através de um conjunto de acções, nomeadamente a gestão de infra-estruturas hidráulicas e de terras, bem como o estabelecimento de ligações sustentáveis de produtores com intervenientes que operam ao longo das cadeias de valor.

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Chineses relançam produção de arroz

Doming | 17 December 2012

Trata-se de um projecto implementado pela firma Wanbao numa área de cerca de 20 mil hectares.

O Presidente da República, Armando Guebuza, visitou na manhã de ontem em Xai-Xai, província de

Gaza, um projecto de produção intensiva de cereais com destaque para o arroz o qual está sendo explorado pela firma chinesa Wanbao Agriculture For Development, Lda. numa área de cerca de 20 mil hectares localizados no Regadio do Baixo Limpopo. O investimento global do empreendimento é de cerca de 250 milhões de dólares norte-americanos.

Guebuza percorreu demoradamente os campos de produção da referida firma onde se inteirou dos trabalhos ora em curso na componente de produção, processamento e conservação de diferentes variedades de arroz.

 Até ao fecho da nossa edição, Guebuza ainda se encontrava a efectuar uma visita guiada ao extenso  campo de produção explorado pela Wanbao, mas antes disso escalou a Estacão de Bombagem de Umbapi, na zona do Regadio do Limpopo, uma infraestrutura fundamental no sistema de irrigação daquelas terras. 

O referido projecto preconiza ainda o envolvimento de produtores locais dos sectores privado e familiar (cerca de oito mil) , num sistema de produção directa, e estima-se que gradualmente sejam cultivados em media 2 mil hectares/ano. Na ultima campanha agrícola, foi cultivada,  a título experimental, uma área de 150 hectares, na qual foi possível obter 1200 toneladas de arroz.

Segundo o vice ministro da agricultura, António Limbau, este projecto reveste-se de grande importância não só para a província de Gaza, mas também para o país no geral, pois vai contribuir, a par de outros em cursos noutros pontos do país, para reduzir o défice de cereais e particularmente de arroz que Moçambique vem enfrentando.

“Um dos aspectos importantes deste projecto é que também prevê a capacitação dos produtores dos sector familiar em termos de novas tecnologias e utilização de sementes melhoradas para que aumentem a sua produção e produtividade o que vai permitir a médio e longo prazo resolvermos os problemas internos em termos de segurança alimentar, mas sem descurar o mercado externo, sobretudo a nível da região, uma vez que Moçambique goza de vantagens comparativas para a produção do arroz, disse Limbau.

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