O PROSAVANA, iniciativa dos governos de Moçambique, Brasil e Japão para promover o desenvolvimento agrário e alavancar a economia na região norte do país vai, inevitavelmente, avançar, apesar da subversão que é induzida de fora do país usando alguns segmentos da sociedade civil com o objectivo de inviabilizar os esforços tendentes a minimizar, gradualmente, o impacto da pobreza em Moçambique.
A garantia foi dada há dias pelo director provincial da Agricultura, em Nampula, Pedro Dzucula, no decorrer da apresentação do estágio das actividades que estão sendo implementadas na região do “Corredor de Nacala”, no âmbito do ProSavana. No referido acto participaram, entre vários convidados, os directores distritais dos serviços das actividades económicas, representantes das organizações não-governamentais que operam no sector agrário, incluindo da sociedade civil.
Na ocasião o dirigente avançou que com a recente aprovação do plano de divulgação do ProSavana pelas partes envolvidas na coordenação da implementação da iniciativa está aberto espaço para o arranque previsto para breve de um conjunto de actividades para divulgar os pilares em que se assenta aquela estratégia de desenvolvimento no seio das comunidades baseadas ao longo do “Corredor de Nacala”.
“Temos forte convicção de que a propaganda falaciosa que está a ser movida para desacreditar o ProSavana vem de fora do país. Os seus mentores usam algumas organizações nacionais que se fazem passar por porta-vozes da sociedade civil para desacreditar a iniciativa triangular, agitando as comunidades para se revoltarem contra o Governo alegando um alto risco de usurpação das suas terras que na realidade não existe” - sublinhou Pedro Dzucula.
Segundo ele, o ProSavana não foi concebido para gerir terras, mas com o sentido de adoptar tecnologias agrárias consentâneas às condições agro-geológicas do país, em particular da região do “Corredor de Nacala”, e transferir os resultados para os produtores fazerem o seu uso para o alcance da soberania alimentar e financeira.
Referiu ainda que as partes que promovem a contestação do ProSavana no seio das comunidades não avançam propostas sobre aquilo que consideram estar errado em termos de filosofia da iniciativa agrária.
“Mobilizam as comunidades para não praticar a cultura da soja, cujo consumo vai trazer vantagens incomparáveis para aliviar os altos índices de desnutrição que a província é reconhecida de possuir. A comercialização da soja, que é uma cultura de futuro no país e no mundo devido à sua demanda, vai assegurar a colecta de receitas a favor dos produtores que lutam para sair da pobreza absoluta e há quem não quer que isso aconteça” - lamentou Dzucula.
Estudos desenvolvidos pelo Governo avançam previsões segundo as quais a população da província de Nampula, actualmente estimada em cerca de quatro milhões de habitantes, possa atingir os 7.6 milhões de pessoas e com um nível de rendimento por hectare que ronda 1,3 tonelada, contra quatro toneladas que os produtores da vizinha República da África do Sul conseguem no mesmo espaço.
“O comboio do desenvolvimento já arrancou e não vamos parar. Se queremos um desenvolvimento estruturado então vamos assumir o ProSavana, que é uma experiência de países como Brasil, que vai ser implementado correspondendo a nossa realidade” - disse Pedro Dzucula, comentando que nenhum agricultor brasileiro ou país será chamado para ocupar terras que pertencem às comunidades como a chamada sociedade civil pretende incutir nas mentes dos produtores locais.
No referido encontro foi vincada a necessidade do envolvimento das organizações que trabalham na divulgação da Lei de Terras e respectivo regulamento para a promoção da iniciativa ProSavana ao nível das comunidades. Este posicionamento foi defendido pelos directores dos Serviço Distritais das Actividades Económicas, que garantiram assumir o seu papel de monitorar a divulgação do ProSavana para remoção de possíveis obstáculos.
