Produtor de MT escolhe solo sudanês para cultivar algodão e soja

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Nesta primeira fase o produtor cultivou 500 hectares de algodão. Em 2011, pretende chegar a 10 mil hectares.

O Estado de São Paulo | 9/6/2010

Paula Pacheco

Após inúmeros convites do Ministro da Agricultura daquele país Pinesso resolveu arriscar e afirma que as vantagens superam as dificuldades.

O produtor rural Gilson Pinesso tem hoje o mesmo entusiasmo que seu pai teve no passado ao trocar a agricultura no Paraná pela nova fronteira que surgia no Centro-Oeste. Há três meses Pinesso começou a produzir algodão e soja no interior do Sudão. Nem o fato de ser uma república autoritária e de sofrer sanções econômicas por parte dos Estados Unidos causaram receio. Depois de vários convites do ministro da Agricultura sudanês, Pinesso se associou a um grupo estrangeiro e tornou-se produtor no continente africano.

Pela lei sudanesa, o governo é o dono das terras e as cede por meio de concessões que valem até 50 anos. Como contrapartida, exige o pagamento de uma espécie de aluguel, de US$ 50 por hectare. "É pouco pela qualidade da terra", diz Pinesso.

Para o produtor, há outras vantagens, como uma boa estrutura rodoviária e de telecomunicações. Em compensação, falta mão de obra especializada, maquinário e insumos para o cultivo.

Pinesso teve de mandar de navio para o Sudão máquinas agrícolas de suas propriedades em Mato Grosso: "Ainda assim vale a pena. Em 60 dias, precisei fazer apenas uma aplicação de inseticida na plantação de algodão no Sudão, enquanto no Brasil seriam necessárias dez".

Nesta primeira fase ele cultivou 500 hectares de algodão. Em 2011, pretende chegar a 10 mil hectares. Um hábito do país ele já aprendeu: "Aqui eles são muçulmanos, então é preciso respeitar os horários de oração".

"Os brasileiros é que vão desenvolver aquela região", prevê. Há, segundo ele, 500 mil hectares reservados aos brasileiros pelo governo sudanês. E Pinesso já planeja ampliar ainda mais a aposta africana com plantações em Uganda e Etiópia.

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