Chineses e árabes procuram terrenos férteis para produzir no País

8-9-2011, IG
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A corrida por terras nos últimos anos parte principalmente de países árabes e asiáticos, que têm como maiores alvos a América Latina, a Rússia e a África. Esses países buscam espaços onde, diante do crescimento populacional e da demanda por alimentos, possam garantir seu abastecimento interno com oferta abundante de água e terra.

Entre 2002 e 2008, 86% dos terrenos estrangeiros adquiridos no Brasil estavam concentrados em apenas 12 países, sendo que os maiores eram Países Baixos, Estados Unidos e França.

Mas, nos últimos três anos, a China e os demais países árabes foram os que mais mostraram interesse por terras nacionais, conforme apurou o iG.

Na Arábia Saudita, por exemplo, foi criado um fundo soberano (recursos do próprio país) com capital inicial de US$ 8 bilhões justamente para promover o desenvolvimento agropecuário em outros países.

Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), os Estados preferidos pelos estrangeiros ao comprar terras no Brasil são, pela ordem, Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Bahia.

Investimentos sem desenvolvimento

O Incra já apontou que os investimentos estrangeiros diretos para agropecuária no Brasil são um “estímulo da produção agrícola primária no curto prazo, sem impacto sobre o longo prazo”, segundo apresentação interna ao qual o iG teve acesso.

Esse efeito levaria, ainda, a uma “concentração agroindustrial e redução do valor da produção agrícola brasileira, além do direcionamento para produtos voltados à exportação”. Além disso, esses investimentos não oferecem “mudança significativa no conjunto de indicadores que mostrem uma melhora no desenvolvimento econômico no meio rural brasileiro”, segundo o Incra.

Ocorre que o próprio Incra não tem informação precisa de quantas são as terras em posse de estrangeiros ou quem sejam eles. Segundo o Instituto, hoje pelo menos 4,5 milhões de hectares do Brasil estão nas mãos de estrangeiros em 34 mil diferentes propriedades.

Mas esse número não inclui as empresas nacionais de controle internacional, que não eram consideradas nos últimos anos para registro.

O coordenador-geral agrário do Incra, Mauro Sérgio dos Santos, afirmou em depoimento na Câmara dos Deputados no mês passado que “milhares e milhares” de propriedades estão nessa situação, ou seja, são de posse de estrangeiros, mas não há como haver certeza sem que se confira as escrituras e seus proprietários nos cartórios.
  •   IG
  • 08 September 2011

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